terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Autor Entrevistado: MÁRCIO MUNIZ

Márcio Muniz
Carioca, 37 anos, romântico incorrigível e escritor por vocação desde os 12 anos de idade. Com formação técnica na área de eletrônica e também formado em Administração, o autor atualmente é pós graduado em Gestão de Pessoas e Gestão de Projetos. Publicou uma poesia no livro "Café com Poesia" que faz parte da coletânea "Inspirar, Escrever e Sonhar", uma parceria entre o site Trecho de Livros e a editora Casa Cultura.
Publicou também três poesias na coletânea "Entrelaços" da Darda editora. Teve um conto selecionado para participar da coletânea "Sombras e Desejos", organizado pela escritora Rô Mierling. E ainda é autor do livro de poesias "Vida e Verso em Prosa", publicado de modo independente e também autor do livro de contos "Encontros como o amor". Tudo publicado durante o ano de 2014.

ENTREVISTA

1.  Como foi o seu início nesse universo literário? Após este ponto de partida, quais foram as dificuldades e colaborações que você teve para publicar seu primeiro livro?
Olha, eu escrevo desde os 12 anos de idade e confesso que já não esperava mais ser publicado.  Até que em 2014, incentivado por amigos decidi participar de uma antologia de poemas. Deu certo e daí veio outra e uma de contos...Então decidi publicar por conta própria um livro de poesias e ao mesmo tempo fui enviando originais para algumas editoras. Muitos “nãos” e alguns “sim” e então vieram “Encontros com o amor” e depois “Amor, somente amor”. Creio que participar de antologias me ajudou muito, pois além de me dar mais confiança, fiz amigos no meio literário que me deram muitas dicas e até hoje ajudam no meu crescimento.

2.  Como surgiu a ideia inicial para a criação de "Amor, somente amor"?
O livro todo surgiu de uma cena que vi de dentro de um ônibus enquanto ia para o trabalho. O ônibus parou em um sinal de trânsito e da janela eu vi um “carrão” importado parado enquanto um menino fazia malabarismos diante dele para tentar ganhar uns trocados. A disparidade da cena me tocou e chamou minha atenção. Para quem leu ou ler o livro, vai ficar fácil identificar esta cena na história.rsrsrs

3. Em "Amor, somente amor", Breno é um personagem de impulso e não mede as consequências por meio do intenso Amor e Sabrina é receosa, porém pé no chão. Personalidades completamente diferentes, exceto pela imaturidade. Com isso, você pretende construir uma continuação desse romance, na fase amadurecida deles,por exemplo, pós vida de casados?
Confesso que quando escrevi a história esta possibilidade nem me passou pela cabeça. Afinal, esta é uma trama que escrevi a mais de 12 anos atrás. Contudo, relendo o livro na fase de revisão isto me veio sim à mente. Portanto, vamos ver, é uma possibilidade. Acho bacana esta coisa de contar o que se passa depois do famoso “Fim” e que descem as cortinas. Ir além do “Felizes para sempre”.

4.Sabemos que você é amante de poesias, você pode nos citar alguma de sua autoria e dizer algum significado importante sobre ela?
Gostaria de deixar duas. A primeira, “O amor de Maria e João” que foi a primeira que foi publicada em uma antologia. A outra, “Reconhecer no amor”, que ano passado fez parte da exposição “Poesia Agora”, no museu da língua portuguesa. Vou coloca-las em anexo.

5. O importante e amado Monteiro Lobato diz que um país se faz com homens e livros, aproveitando essa levada, se o Brasil dependesse de uma específica leitura para os homens se espelharem em "reconstrução", qual livro você indicaria nesse devaneio para um novo país e por que?
Difícil esta...Estou tentado a citar “A cabana” pois é um livro que apesar de não ser necessariamente sobre religião, me tocou muito e me fez sentir muito próximo de Deus (apesar de que eu não sou necessariamente tão religioso!). Mas não sei se consigo citar um livro para isso. Acho o  Liêvin de “Anna Karenina” um personagem que nos dá um belo exemplo de virtudes e integridade. Acho que “Ensaios sobre a Cegueira” de Saramago nos causa uma boa reflexão e também as poesias simples de Drummond me dizem muito pela questão da humildade a que nos arremetem. Porém, mais do que livros ou personagens, o mais importante seria a mensagem que gostaria que fosse passada. E nisso, fico com a questão do respeito ao próximo que se reveste de amor e empatia, daí, creio que a maioria absoluta dos males atuais seriam cessados em nossa sociedade.

6. O que podemos esperar de Márcio Muniz em 2016? Novas obras suas estão por vir?
A princípio, salvo alguma boa oportunidade que surja, não penso em publicar um livro neste ano. Talvez participar de antologias que me desafiem a produzir algo novo e me tirem da zona de conforto. Além disso, iniciei um processo de publicação de uma história do wattpad, só para servir de parâmetro e termômetro sobre o que penso em fazer no futuro. Em 2016 vou preparar meu próximo livro de poesias que se tudo der certo, estarei lançando ano que vem e de graça. Outra vertente que quero explorar neste ano de 2016 é a de fomento a cultura, produzindo eventos culturais, tais como o Sarau Poesia e arte que organizei no fim do ano passado em conjunto com o também poeta, Leandro Ervilha. Além disso, devo lançar um CD  com poesias com fundos musicais ainda este ano.

7.  ALGUMAS editoras renomadas estão apostando em obras nacionais com mais força, em comparação há três, quatro anos atrás. O que você tem a nos falar sobre isso? Você acha que os leiteiros brasileiros estão começando a valorizar a literatura nacional com mais intensidade ou existe outro campo nesta jogada, que nós desconhecemos, por exemplo: questão financeira (Menor custo para publicar um nacional em comparação há um livro estrangeiro.)?
Quanto a questão do custo, é muito pelo contrário. Por incrível que pareça, é muito mais caro um autor nacional publicar um livro do que um estrangeiro. Primeiro porque o livro que vem de fora já vem muitas das vezes como best seller e uma mídia fortíssima. Vira filme e já foi experimentado e deu certo no país de origem. Então, eu acho que são dois os fatores que na minha opinião, explicam o aumento de livros nacionais lidos. Primeiro a quebra do preconceito que existia em relação ao livro nacional comparado com o estrangeiro. Ele ainda existe mas esta muito menor. Antes eu ouvia leitor dizer, sem ler uma linha sequer, que nunca leria um autor nacional. Outro fator e para mim, o principal, é a de que o autor nacional está muito mais próximo do leitor. As redes sociais tem papel fundamental nisso. O leitor tem o autor acessível, confersa com ele, interage e tem a chance de opinar na história, trocar figurinhas e acabar até se tornando amigo ou mesmo um leitor Beta. As feiras e festas literárias também servem de ferramenta nesta aproximação leitor/autor. Isto faz as editoras olharem mais para o mercado interno, pois como toda instituição capitalista, as editoras querem e precisam de lucro para operar. Você pega um autor com milhares de seguidores no wattpad, canais do youtube e fanpages, para eles, é certeza de boas vendas.

8. Qual o seu maior sonho e sua maior gratidão?
Meu maior sonho como a maioria dos autores é ter minha vocação reconhecida, é claro! Mas também tenho outros que graças a Deus estão aos poucos se realizando. Primeiro é poder atuar como agente de fomento à cultura e em especial a leitura. Não adianta nós reclamarmos que as pessoas não gostam de ler e não consomem cultura e em seguida, ficarmos nos lamentando e de braços cruzados. Precisamos lutar para alterar esta realidade, é sim nossa responsabilidade, de todos que atuam no segmento da cultura. Outra coisa gratificante é o carinho com que os leitores nos tratam. Claro que todos queremos virar “best seller”, não pelo dinheiro, mas por que isto significa que fomos lidos por muitos. Todavia, não faz diuferença de você é lido por milhares ou por dezenas, se essas dezenas chegam a você e elogiam seu trabalho, sua postura. Se chegam e dizem que se espelham em você e no seu trabalho. Olha que sou um autor praticamente desconhecido, mas ganho o dia quando isto acontece, quando um jovem diz que lhe servi de inspiração ou quando através de uma rede social, algum vem e pede uma orientação, um conselho. Meu sonho mesmo é poder ajudar, somar, contribuir.

9. Quais os seus autores referenciais?
Leio de tudo, não tenho preconceitos literários. Gosto muito de Machado de Assis, dos clássicos nacionais, Paulo Coelho, Mario Vargas Lhosa, Saramago. Gosto mais de poesia e histórias de amor. Mas curto também fantasia como a saga “Eragon” e sobrenatural. Mas leio mesmo de tudo um pouco e principalmente, muito nacional, como Rô Mierling, Francine Locks, Fabio Shiva, Keila Gon, Juliana Daglio, Adriana Igrejas, entre outros. Sou influenciado por cada uma das leituras que faço, não tem jeito.

10. Por fim, qual dica ou conselho você deixa para quem deseja iniciar uma carreira como escritor?
Trabalhe, leia, pesquise, interaja. Escrever uma história tem um percentual de inspiração e outro de transpiração. Por mais que tenhamos talento, precisamos ser humildes para entender que o mercado é competitivo e que tem muita gente melhor e igual a gente. Converse com pessoas do meio, participe de antologias, mas procure pelos grupos e editoras corretas, algumas delas querem só o seu dinheiro. Cito as Editoras Casa Cultura e Illuminare como exemplos de seriedade no processo de condução e publicação de antologias. Não tenha vergonha de expor seu texto e saiba que ao expor sua obra, estás sujeito as críticas. Não se encolha diante delas, elas são uma ferramenta importantíssima para o seu crescimento e aprimoramento.
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Parceiro, muito obrigado por nos ceder essa mega entrevista. Deixo esse último espaço para você nos deixar qualquer recado. A palavra é toda sua, Márcio.
Só tenho a agradecer pela oportunidade e gostaria de saldar a você e tantos outros que nos ajudam nesta ardua tarefa de tentar ser lidos, de que nossas palavras e textos atinjam o maior número possível de leitores. Seu trabalho vai muito de encontro ao que falei sobre fomentar a cultura e dissimina-la. Parabéns a todos. Estou a disposição sempre para estar junto, colaborar e estar perto de quem quiser que eu esteja próximo.


 http://corujandonoslivros.blogspot.com.br/2016/02/resenha-amor-somente-amor-marcio-muniz.htmlConfiram o que eu achei sobre Amor, somente amor aqui no blog. Clique no link abaixo e você será direcionado para a minha resenha deste livro.
corujandonoslivros.blogspot.com.br/resenha-amor-somente-amor







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